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28-11-2007

Higiene, sim. Fundamentalismo parolo, não!


Editorial - O sabor (antigo) da ginginha

Muitos a procuravam no Rossio. Era a ginjinha, um licor de ginja que se tornou na bebida emblemática de Lisboa. A casa histórica da Ginginha do Rossio, ao Largo de S. Domingos, é espaço reduzido onde se acotovela, no máximo, meia dúzia de clientes ao balcão. O pregão com que o freguês era brindado era sempre o mesmo "Com ou sem elas?", ou seja, com ou sem a ginjas no copo.

Ora bem, a casa da ginginha foi encerrad,a na semana passada, pela ASAE para espanto dos muitos turistas, guias e clientes, mas, sobretudo perante a estupefacção de muitos portugueses.

Fechar esta casa cheia de história que faz parte do roteiro turístico obrigatório de Lisboa é, no mínimo, estranho quando as explicações da ASAE foram tão lacónicas.

Todos achamos bem a fiscalização, e determinante, que o Estado tenha a autoridade necessária para fazer cumprir as leis e as normas que pública.

Todos entendemos e apoiamos que ASAE mantenha a pressão e fiscalize a imundície, a insalubridade, a chavasquice e o ganho ilícito de dinheiro à custa da saúde dos outros.

Mas há coisas que não lembram ao diabo. Se este rigor fosse aplicado por essa Europa fora, não havia queijo de Gruyère na suíça, mexilhão em Bruxelas, bolor nos queijos em França, cerveja na Bélgica, tapas em Barcelona, pizzas em Nápoles e muitas das tradições alimentares europeias seriam desprezadas.

Portugal, como que receando represálias e multas, adopta imediatamente qualquer nova legislação europeia sem questionar o seu interesse ou necessidade. Os espanhóis, os italianos e os franceses, quando as normas põem em causa os seus costumes mandam-nas às malvas, nós insistimos em transformar os potes de barro das castanhas de S. Martinho em inox fabricado na Alemanha.

Que se estudem novas formas de fabrico destes produtos identitários da Europa e de Portugal, mas que se faça sem lhe retirar o essencial, o sabor. O sinal que passou a ASAE ao fechar esta casa sem dar grandes explicações fica para o público como mero fundamentalismo e um autoritarismo burocrata.

Vivam todas as cabidelas, a ginginha, a lampreia e o leitão.

Higiene, sim. Fundamentalismo parolo, não!

António Granjeia*
*Director


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